quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Salmo 56



Este salmo é um dos meus prediletos. A imagem de um Deus que conta nossos passos nas perseguições, recolhe nossas lágrimas num odre e as escreve em Seu livro me comove. Bom saber isso: Deus é por mim!

Salmo 56
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Os passos meus contaste
Quando eu sofria nas perseguições;
No Teu odre recolheste as minhas lágrimas,
E estão inscritas no livro Teu,
E por isso eu sei:
És por mim!
Bem sei que meu Deus é por mim.

Os votos feitos,
Eu os manterei;
Render-Te-ei ações de graças,
Pois da morte me livraste a alma
E da queda, os meus pés.

Eu andarei em Tua presença,
E em me vindo o temor
Confiarei em Ti
E nada temerei.

Tua Luz alumia a minha vida,
E que mal me poderá fazer um mortal?
Pois eu bem sei:
Que meu Deus é por mim!

Ramo da Videira


Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Sou pequenino grão de areia,
Sou uma cinza de fogueira
Transformada em verde ramo
Da Videira Verdadeira.

Sem Tua seiva não vivo,
Ó Videira Verdadeira.

Nós, os teus ramos,
Te adoramos,
Pois Tu és suporte,
Pois Tu és sustento e norte;

Nós, os teus ramos,
Te adoramos
Com a inspiração das narinas
E do coração.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pleno


Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

A pena se apequena,
O verso se dispersa,
A melodia e a harmonia
Não sabem traduzir
O riso e a alegria
De um coração que canta
Quando a Presença Santa
Dele se apossou.

Veio e me rendeu
Como se toma um castelo;
Veio e me domou
Como se amansa a fera;

E em Suas mãos estou,
E em Suas mãos finalmente sou
Feliz.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Passarela do Coração

Composição antiga, feita perto do carnaval (acho que foi em 2001). Está gravada no "Louvor ao Doador da Vida".

Passarela do Coração
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Meus medos, embaraços,
Os cuidados deste mundo,
O dinheiro, a falta dele,
A angústia, a solidão;
Os pecados disfarçados,
As noites mal dormidas,
A incerteza do futuro,
O passado de humilhação.

Os sonhos frustrados, metas não alcançadas
São cargas pesadas que eu posso deixar
Nas mãos de Jesus;
Que eu posso deixar nas mãos de Jesus.

E deixando o embaraço de lado,
Eu posso até sambar;
Eu posso até sambar pra Ele;
Eu posso até sambar.

Na passarela do meu coração
Não tem votação,
Ele é “hors-concours”.

Se o “coisa-ruim” vier na contramão,
Desclassificação.
Ele desafinou,
Perdeu a marcação.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Olhos Bons


Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Silvestre Kuhlmann e Glauber Plaça


A felicidade consiste em poder notar
O belo que se ergue ao redor do meu olhar
E em ter a meninice
Na crendice que tudo existe
Pra me alegrar.

Usufruir sem ter, amar sem dominar,
Mostrar poder só pra proteger,
Guardar, cuidar;
Dividir abrigo com o amigo,
O pão com o companheiro,
Andar com Jesus, melhor lugar.

Copiar o gesto divino:
Criar em meio ao caos.
Ver-me junto ao pó, prostrado,
Ser depois por Ele levantado;
Caminhar sem saber
Onde o vento vai levar,
Confiar.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Quadro Mais Elevado do Homem


Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

O quadro mais elevado
Que, do Homem, jamais se retratou,
É vê-lo de joelhos esperando em Seu Senhor.

Mais perto do pó,
Mais junto de Deus;
Quanto mais quebrado,
Mais inteiro.
Inteiro para adorá-Lo,
Esquecer-me, reconhecê-Lo.

Só serei infeliz
Se deixar o meu “eu”
Destronar o meu Deus;
Só serei feliz
Se deixar o meu Deus
Destronar o meu “eu”.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Olhar do Meu Rei


Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Stênio Marcius

Lá no céu irei morar;
Lá na Cidade Santa adornada
Em pedras preciosas.

Vou andar em praças de ouro puro,
Vestes brancas trajarei,
Mas bem melhor será encontrar o meu Rei.

Mãos marcadas pelos cravos irei mirar,
E o brilho dos Seus olhos ternos
Que transmitirão amor, perdão, aceitação
E um convite: “Venha a mim!”

Em Seus braços, meu lugar;
Vou me aconchegar,
Nunca me apartar,
E eternamente O adorar.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Não dá pra Esquecer


Canção feita no início de 2003, após uma viagem missionária pelos estados de Rondônia e Amazonas, rio Madeira adentro. Muitas lembranças não podiam ser esquecidas e aqui foram registradas.

Não dá pra Esquecer
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Não dá pra esquecer
Do Amazonas, do rio Madeira,
Seus afluentes e igarapés;
Seus peixes, tucunaré, jatuarana,
Pirarara, boto, arraia.

Não dá pra esquecer
Do seringueiro, do pescador,
Do garimpeiro e do semeador;
Da roça de macaxeira,
Do urucum, bacuri, açaí,
Do ingá, tucumã, cuia, cupuaçu.

Não dá pra esquecer
Que eles são esquecidos,
Não dá pra esquecer
Que nós somos omissos,
Não dá pra esquecer
Da cunhã sem leite,
Curumim com fome,
Do caboclo doente,
Cunhantã que se vende.

Não dá pra esquecer
Do marinheiro, obreiro, pastor,
Que no meio da mata adora ao Senhor
Que os criou e não se esqueceu
E espera que nós não nos esqueçamos
E em verbo e ação nos unamos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Figuras


Figuras
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Os planetas giram em grandes rodas;
Em sua dança, emitem sons,
Louvor ao Criador.
As estrelas têm fulgor, luzir, brilho, calor;
Irradiam, feito espelho, a luz do nosso Senhor.

A ribeira, o riacho, o rio, regato, a fonte,
Demonstram, é constante o fluir do Seu amor;
A fogueira, o vulcão, fornalha, fogareiro,
Aquecem, apuram,e nosso Deus nos aprimora.

Luminosidade, luzidio, tremeluzente,
Vasto mar, nascente, ar, atmosfera,
Fera, natureza bela, tudo são figuras
Quando,do meu peito, Ele se assenhora.

Quero ver o sol solfejar solenemente
Quero ouvir a lua entoar a boa loa
Quero escutar o solo solar
E dizer ao meu peito:
É para o Senhor o seu pulsar.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Extensão


Extensão
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Que meus dedos nas cordas
do violão
Sejam extensão, ó Deus,
de Tua mão.
Que o toque suave
abrande as feridas
E desperte os adormecidos.

Que as palavras contidas nestas canções
Cheguem aos corações e respondam questões.
Que declarem ser Cristo o Senhor ,o caminho,
A verdade, o centro, o motivo da vida.

Que meus gestos, palavras e minhas ações
Exaltem a Deus, aproximem os irmãos
E a visão do Cordeiro nos faça prostrar,
Adorar, adorar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estou em Tuas Mãos


Estou em Tuas Mãos
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Se me fazes dar a volta
Ou voltas-me outra vez
Como se faz a uma roda,
Ó Deus, sejas bendito.

Se colocas-me no escuro
Ou pões-me em Tua luz,
Destituído e pobre
Ou, por Tua mão, repleto e rico;

Bendito sejas, Deus,
Outra vez sejas bendito,
Se fazes-me o bem,
Ó meu Deus, sejas bendito.

Bendito sejas, Deus,
Outra vez, sejas bendito,
Se permites que eu seja afligido,
Tu sejas, da mesma maneira, bendito.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dependência


Dependência
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Quando me abate o cansaço,
Corro para o Teu abraço.
Assim me refaço da fadiga do dia,
Repouso encontro,calmaria.

Quando me sinto exultante
Te reconheço, pois sei
Que a todo instante Tu vais adiante,
Preparas o chão onde piso.

E quando for derrotado,
Não ficarei abalado;
Fazes-me ver a vitória final
E quando vier a Ti será a glória.

Seja qual for o momento,
Meu sentimento
Seja cativo a Ti.

(Declarando dependência,
Recorrendo na fraqueza,
Dedicando a vitória
Ao que é digno de glória).

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Criatividade


Criatividade
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Deus é o regente de todos os sons,
O troar, ribombar,
os tons e semitons,
O murmúrio dos rios,
farfalhar das folhas,
O pio do uirapuru.

Ele é o artífice de toda a forma,
Juba do leão, penacho do pica-pau,
Tromba do elefante, pescoço da girafa,
Variado é o mundo animal.

Ele coreografou movimentos,
A cabriolagem, o golfinho rotator
O urubu observando em círculos
A paradinha do beija-flor.

É pintor do azul celeste,
Amarelo-canário e do branco algodão
Alquimista do cravo e canela,
Do alecrim e do manjericão.

Temperou o mar com o sal,
Fez o doce do mel, fez azedo o limão,
Esculpiu chapadões, cordilheiras,
E um dia, pra Ele, as bandeiras tremularão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Coração ao Vento


Coração ao Vento
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Silvestre Kuhlmann e Stênio Marcius

Não quero só saber acerca d’Ele,
Mas sim, quero dizer que Cristo é meu;
Não quero uma inútil sabedoria
Que incha e é só razão sem coração.

Não quero o ativismo ou obra morta
Que gira em torno de si e é sempre vão,
Mas quero, sim, provar do Pão da Vida
E da Graça partilhar com meus irmãos.

Eu não quero confiar em minhas forças,
Pois sei que sou falido pecador;
Mas seguir o vento,
O alento do Consolador.

Beber da Água da Vida e saciar-me,
Sentir o Teu perfume, Rosa de Sarom,
Contemplar o Teu luzir, estrela matutina,
Ser guiado calmamente por Ti, Bom Pastor

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Conto Breve


Baseado no Salmo 90:9-17
"... acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro..."


Conto Breve
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Como conto que se conta brevemente,
Como sombra que se vai ligeiramente,
Como sopro que se abranda e logo cessa,
Como relva que floresce e cedo seca;
Assim passa a vida da gente.

Como nuvem que se desfaz e passa,
Como brasa que fumega e se apaga,
Como caminho curto, curta estrada
Que nem bem começa e se cruza a chegada,
Nossa vida passa de repente.

Que o caminho seja o mais belo,
Que a relva seja a mais verde,
Que o conto semeie eternidade,
Que a brasa ilumine, que a nuvem deságüe;
Que o poeta faça valer a pena,
Que a alma não seja pequena.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Confissões


Confissões
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
(Baseado nas “Confissões” de Agostinho)

Tu nos fizeste para Ti mesmo
E não encontraremos descanso
Enquanto
Não descansarmos em Ti.

A minha alma é estreita morada;
Vem alargá-la para que a habites
E me inebries
A ponto de esquecer-me de mim.

És meu amado e único bem
E não há maior castigo ao pecado,
Não há maior desventura
Que ficar distante de Ti.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Choro de Deus


Me impressiono com um Deus que é suficiente em Si mesmo, mas deseja compartilhar Sua glória com pecadores. Me impressiono com um Deus forte, mas que se comove, chegando às lágrimas. E me impressiono com a dureza de meu coração, apegado a refugos, desprezando tantos tesouros vindos dEle.

Choro de Deus
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Sou mar tão profundo e por mais que mergulhes
Os mistérios não cessam por todos os lados;
A cada braçada se vê tanta vida
Por Mim envolvida e que em Mim subsiste.

Sou tão grande tesouro e por mais fundo caves
Não se esgotarão as riquezas que trago
Em meu ser escondidas, gigantes jazidas,
Reservas imensas, insondáveis.

Te contentas com superfície,
Com ouro de tolo, o refugo e o raso;
Com pedras nas mãos não podes cavar,
Com os pés na areia não podes mergulhar.

Sou céu infinito e por mais que te aventures
Não há eternidade capaz de decifrar-me;
Vem, pois, desfrutar-me,não percas mais tempo,
Lança fora o refugo, tira os pés do chão.

Cedo venho,
Apressa o Reino;
Paga o preço,
Rende-te, sou teu Deus.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Belém do Pará


Fui duas vezes a Belém do Pará (em 2006 e 2007). Na última vez, encerrei o workshop de composição com essa canção, feita com tantas metáforas que celebram a grandeza de lá, que é apenas uma figura da grandeza de Deus.

Belém do Pará
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Bela é Belém da Judéia,
Bela é Belém do Pará;
Mais bela é a cidade
Em que eu irei com Cristo morar.

Dura é a madeira de lei,
Pau ferro, mogno, cedro;
Mais duro foi o lenho
Que Cristo teve que suportar.

Precioso é o metal
Da serra dos Carajás;
Mais preciosa é a coroa
Que aos pés do Rei vou depositar.

Certa é a chuva que vem
De tardezinha desaguar;
Mais certo estou que Cristo
Vem sua amada Igreja buscar.

Saboroso é o cupuaçu,
O taperebá, o açaí;
Mais doces são os frutos
Que a Videira vai gerar em mim.

É tão longo e profundo,
É largo este rio-mar;
O amor de Deus é alto,
Longo, largo e profundo,
É maior que o mundo.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Adoração


Esta é talvez a canção preferida de minha amiga Cyl, de Apucarana-PR. Creio que ela a aprecia porque se sente como eu. Indigno diante da dignidade de Deus.

Adoração
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Nós, indignos, declaramos Tua dignidade;
Nós,pecadores, adoramos Tua santidade.
Nós, teus filhos, nos alegramos por Tua paternidade;
Nós, carentes, agarramos o Deus da nossa necessidade.

Nós, unidos por Teu sangue, somos Igreja, comunidade;
Outrora rebeldes, nos sujeitamos à Tua autoridade.
Nós queremos nos dar por inteiro, não pela metade;
Nós clamamos Tua presença hoje e por toda a eternidade.

Maranata, ora vem, nós Te aguardamos;
Maranata, ora vem, enquanto Te adoramos.
Ver-Te, tocar-Te, ouvir-Te, provar-Te,
É o que desejamos.

Cantar com arte,
Servir-Te, amar-Te,
O coração entregar-Te.

Nós, indignos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Mais Bela Poesia


Creio que depois que Cristo tomou a forma humana, ele encheu de realeza os gestos humanos, porque participou deles. Ele é o Deus que se fez gente e habitou entre nós e elevou as coisas mais simples. Esta é a mais bela poesia.


A Mais Bela Poesia
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Esta é a mais bela poesia:
Ver o Rei numa estrebaria.
Esta é a mais bela poesia:
O Deus onipotente
Dependente do colo de Maria;
Esta é a mais bela poesia!

Aquele que forjou o universo
Trabalhou numa carpintaria;
Aquele que cavalga nas asas do vento
Fez do jumentinho sua montaria

Esta é a mais bela poesia:
Ver Jesus em nosso dia-a-dia
E no meio dessa correria
Fazer com Ele parceria, melodia
E ver, no simples, a mais bela poesia

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Jorge Rehder


De fato o falecimento de Jorge Rehder me abalou. Este ano fiquei esperançoso ao vê-lo bem no "Som do Céu", em Minas Gerais, e no "Sarau da Comuna", no Rio de Janeiro. Parecia que a luta contra o câncer estava ganha, e ele estava sorridente e bem humorado. Pra mim, Rehder é o maior melodista da música cristã. Não há quem possa preencher o espaço que ele deixou. Deixo aqui, em sua homenagem, um soneto que fiz há tempos.

Soneto do Luto
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann


Que eu possa transmitir em um abraço
O que falho em dizer em prosa e verso;
Em confusão e pranto estou imerso,
A morte no discurso atou um laço.

Que o choro me socorra do fracasso
E as lágrimas expressem o que sinto;
No corpo está a prova, eu não minto:
Opaco está o olhar e o brilho escasso.

Chorar com os que choram Cristo manda
E Ele fez-se humano e aqui desceu;
Por isto faço minha esta demanda.

Lembrando sempre que Ele padeceu
Mas ressurgiu e disse ao morto: “Anda!”
E anda ao lado d’Ele lá no céu.

sábado, 7 de novembro de 2009

Alvíssaras!


Falando em parcerias, não poderia deixar de citar Glauber Plaça. O conheci em 2001, na Igreja Metodista em Santo André, no projeto "Provocasom". O que C.S.Lewis diz sobre a amizade no livro "Os Quatro Amores" se fez verdade. Quando conheci o Glauber perguntei: Você vê a mesma verdade que eu? Pensei que estivesse sozinho! Glauber é um amigo querido, agora paizão da Lorena.

Alvíssaras!
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Glauber Plaça

Eu vou tocar a trombeta e o tambor,
Erguer alto a bandeira, ser o portador
Da notícia alvissareira:
Chegou o nosso Libertador!

Calou a serpente que mente,
A voz do acusador;
Amordaçou a boca do inimigo,
Leão Rugidor.

Até mesmo a própria morte Ele domou,
Não há besta fera que Sua espada não intimidou;
Nomeou-nos cavaleiros, temos o brasão da cruz,
A vitória está prevista, o General bate em revista às tropas.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Jornada


O Anderson me acompanha desde 2002, criando as artes dos meus cds. Já são seis capas! Um dia fui a sua casa, e tinha na porta alguns escritos. Anotei as frases, e continuei a letra. Pra mim, parceria é também celebração de amizade, e eu não podia ficar sem fazer canção com o Anderson. Interessante que quase sempre os versos tem três palavras, e sonhei dividir a canção com Cintia e Silvia, cada um cantando uma palavra. Realizei este sonho, e está registrado no " A Mais Bela Poesia".

Jornada
Letra:Silvestre Kuhlmann e Anderson de Goes Monteiro
Música: Silvestre Kuhlmann

Encontros, olhares, histórias,
Estradas, chegadas, registros,
Instantes, retratos, memórias
Distantes, passadas,porém nunca ausentes,
Presentes.

Trilhos, caminhos, viagens,
Espinhos, desertos, oásis,
Ensinos, bagagens e marcos
Buscando futuros passos
Sempre em Teus braços.

Criador, na jornada, aqui e ali vi a dor;
Meu Criador toda a dor alivia.
E a dor que ali via aqui não mais vejo
Em Teus braços estou.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Todas as Manhãs


Eliezer Costa de Aquino é o parceiro que conheço há mais tempo. Um dia estive em sua casa, e ele me mostrou coisas que escrevera durante o almoço, em um guardanapo. Disse a ele que tinham frases de valor lá, e pedi que me entregasse, para que eu completasse a letra. Foi a 1ª canção que fiz na viola caipira, e é, ainda hoje, uma das canções mais queridas e executadas.


TODAS AS MANHÃS
Letra:Silvestre Kuhlmann e Eliezer Costa de Aquino
Música:Silvestre Kuhlmann


Acorda cedo com a luz da alvorada,
Pega na enxada e vai depressa trabalhar;
E na estrada ouve a voz da passarada,
Da folia e da zuada que desperta o dia;

E neste ar fresco que agora ele respira
Lembra bem que tudo gira pelas mãos do Criador;
Ora em silêncio, pensa nos problemas seus,
E no silêncio pede ao Deus que desperta o dia.

Numa toada fora de moda,
Numa viola, seu desabafo,
Um louvor a Deus, o seu amigo
Que desperta o dia e com amor sacia;

Louvando a Deus puxando a enxada,
Olhando a luz da alvorada,
Ouvindo o canto da passarada,
Marcou encontro com seu bem querer.

Você do campo ou da cidade,
Seja idoso, ou na flor da idade,
Marque um encontro, não fuja da verdade,
Sem Jesus Cristo não dá pra viver;

Sem Ele o galo canta atrasado,
Passarim pia desafinado,
O colorido parece acinzentado
E o coração fica sempre amargurado.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Tenho Música Em Mim


O Preto um dia leu um poema do Ricardo Gondim, e o incentivou a me procurar para que eu musicasse o poema. Na época, eu nem tinha e-mail (duro estes bichos silvestres...). Pedi à Geruza, sua esposa, que imprimisse o poema pra mim. A parceria saiu no cd "A Mais Bela Poesia". Aí vai:

Tenho Música Em Mim
Letra: Ricardo Gondim
Música: Silvestre Kuhlmann

Tenho música em meu coração,
Sem melodia e sem palavras,
Mas que embala meu viver;
Minha música é vontade de dizer:
Que sou feliz, que sou teu, que tenho um porvir.

Tenho poesia em meu coração,
Sem rima e sem ritmo,
Mas que me faz sorrir;
Minha poesia é vontade de dizer:
Que amo, que sonho, que espero.

Tenho prosa em meu coração,
Com história e com memória,
Que me lembra da tua teimosia em me amar
E por isso canto e danço:
Porque tenho vida,
Porque em paz descanso,
Sem temer a lida.

domingo, 1 de novembro de 2009

A Risada


O bom humor vem de Deus. Não consigo imaginar um ser carrancudo criando a girafa, o elefante, entre tantas coisas. Não consigo também imaginar um pecador perdoado, salvo pela Graça, partilhar da Mesa dEle sem um sorriso nos lábios.
"A Risada" é uma parceria com José Barreto, conhecido pelos de perto por "Preto". Faz tempo que não o vejo, com sua esposa Raquel Barreto, parceira de tantas cantorias.

A Risada
Letra: José Barreto
Música: Silvestre Kuhlmann

O que é a risada?
Ato natural, tão espontâneo,
Não se programa, não se prevê,
Depois de rido não há mais o que fazer.

O que é que abre a boca e a bochecha estica,
Que mostra os dentes, chacoalha o corpo,
Encharcando os olhos de lágrimas,
Deixando a gente quase mouco,
Fazendo o corpo viver, no momento, em sua função?
É a risada!

O riso é o esperanto da alegria
No desfrutar da risada conjunta;
Resposta perfeita em qualquer situação,
Verdade absoluta e a mais firme opinião;
E uma risada descontrolada,
Daquelas de perder o fôlego,
É ato falho, todos perdoam.

Tem gente que ri até sozinha,
Acompanhada da lembrança engraçada;
Tem até quem faz graça da desgraça,
Quem tem bom humor não se afunda em cachaça,
Por isso, ria, aliviando o seu coração
Todos os dias.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009


Conheci Glaucia Carvalho em setembro de 2005. Seu talento (piano, voz, composição), é imenso. Muita gente se lembra dela somente pelos versos (muito felizes) de "Doce Nome": "Só de ouvir Tua voz/ De sentir Teu amor/ Só de pronunciar o Teu nome/ Os meus medos se vão/ Minha dor Meu Sofrer/ Pois de paz Tu inundas meu ser...". Posso afirmar que ela tem outros versos belíssimos, e "Pó", foi um presente. Colocar música numa pérola destas é uma dádiva.


Letra: Gláucia Carvalho
Música:Silvestre Kuhlmann

Do pó viemos todos,
Pro pó vamos voltar,
Quer queiramos, não queiramos,
Vamos todos nos misturar.

As cores, credos, cruzes,
Os sonhos, ossos, sorte,
Debaixo da terra fria
Que aguarda uma nova morte.

Ali, inertes, iguais,
Se cruzam os dedos num adeus;
Ali, de golpes fatais,
Vão até os que acham ser Deus.

Ninguém leva poder nem orgulho,
Apodrecem sem brio, barulho,
Amortecem seus feitos, conquistas
E se perdem num sepulcro escuro.

É só pó misturando os antigos
Aos incautos, aos maiores inimigos;
Misturando o pobre e o rico,
Enxertando o feio no bonito.

O que resta é o que se fez em vida,
O que importa é alguma saudade deixar,
Pois até a morte aduba o ódio
De quem se fez sofrer e chorar.

Sem contar que depois de encerrados
E cerrados seus olhos e lida,
Sua alma já segue o destino
De uma escolha que só se fez em vida.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Silvia Mendonça


Conheço e aprecio o que a Sil escreve há muito tempo."Jesus, meu amado, como poderia Te qualificar/ Se não há vocábulo tão alto para que eu possa usar/ pois palavras são tão pobres/ Pra falar do rico dom/ Que encheu nossos odres/ De incomparável vinho bom" são uns dos meus versos preferidos. Hoje tenho a alegria de ser amigo e parceiro da Sil, que sempre me traz coisas boas (novidades do C.S.Lewis, Tolkien, Chesterton...). Aí vai uma parceria:

Esperança
Letra: Silvia Mendonça
Música: Silvestre Kuhlmann

Quero ouvir outra trilha enquanto penso,
Outro som aqui dentro,
Outro pensamento;
Olhar sem a venda das sombras.

Quero Aquele que faz novas
Todas as coisas.
Sua novidade,
As boas novas;
E o Verbo no presente.

Quero olhar no espelho
E me ajeitar à Sua imagem,
Vê-Lo à frente
E me rever.

Não quero que o tempo pare nem passe,
Não quer o tempo,
Quero a eternidade.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dedo de Prosa


Esta parceria com Isaias Oliveira acabou virando o título do cd de mesmo nome, lançado em 2007. Esta letra me remete às férias de infância, passadas no interior de SP(Franca e Batatais). Bom saber que um Deus santo convida pecadores à mesa.

Dedo de Prosa
Letra: Isaias Oliveira
Música: Silvestre Kuhlmann

Venha, não se acanhe
Se achegue pra dentro,
Se ajeite;
Comadre passou um cafezinho
Aceite.

Se assente aqui mesmo
Ou deite na rede
A casa é modesta
De gente honesta
E sua visita nos é prazerosa;

Sinta-se em casa
Enquanto trocamos
Um dedo de prosa.

Não se espante, compadre,
Se lhe trato assim;
É que o Deus que conheço
Faz desse jeitim;

Às vezes me achego à soleira
Meio ressabiado
Querendo conversa, um ombro amigo,
Um agrado;
E Ele me chama pra dentro
Nem olha minha vida horrorosa
Com todo o carinho do mundo
Vai logo dizendo:

"Sinta-se em casa
Enquanto trocamos
Um dedo de prosa."

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ninguém Mais Fala do Amor


Conheci o Isaias Oliveira em 2004, em uma visita à Comunidade de Jesus de SBC. Ele se aproximou de mim após eu ter tocado, e perguntou se podia me mandar algumas "letrinhas". Quando abri o e-mail, cheguei a me comover às lágrimas. Gravei nossas parcerias "Sinfonia da Mata" e "Teu Estar" (No cd "A Mais Bela Poesia"), "Dedo de Prosa" e "O Que virá" ( No cd "Dedo de Prosa"), e no próximo cd estarão "Ninguém Mais Fala do Amor" e "Efêmera".


Ninguém Mais Fala do Amor
Letra: Isaias Oliveira
Música: Silvestre Kuhlmann

Estou cansado de ouvir frases feitas,
Palavras soltas, duplos sentidos;
De ver que as coisas não tomam jeito,
Essas frases de efeito não têm nada a ver comigo.

Eu sei que alguém mentiu pra mim,
Um outro não disse a verdade;
Queria ver poesia escrita
Num muro qualquer dessa cidade.

Os pais falam aos filhos
E aos estudantes o professor;
Um rádio ligado, um comício na praça,
Um cantar do cantador;

Os sons, a lábia e a missa,
Palavras belas têm seu valor,
Mas perdem graça à premissa:
Ninguém mais fala do amor.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Pedra de Amolar


Mais uma pérola de Roberto Diamanso, que tive a alegria de musicar. Muito felizes os trocadilhos "amolar/afiar", "que eu não me desaponte", "pra que eu não fique cego". Bela paráfrase de Provérbios 27:17.

A Pedra de Amolar

Aquele que, comigo, quando eu choro, chora
Aquele que comigo dança
A este jamais direi:
Ora, não me amoles!

Porque se como o ferro com ferro se afia
Afia o homem a seu amigo
Isto hoje te digo:
Podes me amolar!

Oh! Deus, dá que quando entre eu e meu amigo
Houver atrito a ponto de sair faísca de fogo
Que eu não me desaponte porque este tal
É enviado teu pra que eu não fique cego.

Porque cego não vê que sem o esmeril
Se perde o fio, o gume
Quem pode perceber não perde a comunhão, assume
Estende a mão, aceita a pedra de amolar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Roberto Diamanso


Existem poetas de palavras e poetas de gestos. Roberto Diamanso é dos poucos que conseguem ser as duas coisas. Quando o conheci, fiquei impressionado com as alusões à colher que enche a boca dos famintos e a colher de pedreiro, que edifica casas. Além de ser bom pai natural (três filhos), adotou outros dez. Conviver com ele é uma lição de evangelho. Aí vai uma das suas pérolas:

Ar da Graça (Letra:Roberto Diamanso/ Música: Silvestre Kuhlmann)

A poesia há de vir
Enquanto a gente bota a mão
Na massa.
Enquanto a gente assa o pão,
Vem a inspiração.
Vem cá, irmão:
Vem que a canção vai dar
O ar da graça!

Graça suficiente que alegra a vida
E a gente mostra os dentes num sorriso.
Graça que se extravasa em nossas mãos
Se a gente enche a laje em mutirão
Quando é preciso;

Porque preciso é justo ao necessário,
Nem forte, nem fraco,
Nem retardatário,
Nem antes do tempo.

Movimento de acrobata, exato;
Se a vida é por um triz,
Entrego ao Deus atento.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um Poema de Até Breve...


Faleceu um jovem amigo da Comunidade de Jesus (se não me engano, ele tinha apenas 18 anos...). Wolô tirou, em meio a sua dor, esta preciosidade:

Um poema de Até breve...(A Rodrigo Monteiro de Oliveira)

Querido Rodrigo
Que me chamava de amigo
Que me chamava de irmão

Não sei bem o que digo
Nem sei se consigo
Dizer algo bom

É que assim tão triste
Ao saber que partiste
Fiquei sem noção

E as nossas risadas
Benditas, bem dadas
Estão fora do tom

E a dor que choramos
E assim suspiramos
Não tem solução

Mas se a trágica foice
Ousar dizer: - Foi-se
Diremos que não!

Nós todos amigo
Diremos Rodrigo!
Ressurreição!!!

domingo, 18 de outubro de 2009

Cultos


"Cultos" e "Obra-Prima? Eu?" (ambas de Wolô) estarão gravados no cd "Milagres", que deve estar por chegar. A espera já ultrapassa três meses, mas creio que ainda esta semana receberei a boa notícia: Pronto.

Cultos
Letra:Wolô
Música:Silvestre Kuhlmann

Sábios, ajuntai os alfarrábios;
Doutos, recolhei os livros soltos,
E uma grande montanha tereis.

Amassai feito banana a curta cultura humana,
Espremei desesperados gota a gota
Os postulados, teoremas e tratados de uma vez.

E vede se esse sumo mata a sede devida,
Se esse sumo mata a morte sem norte nem vida,
E vereis toda a ciência congruente que ajuntais
Impotente contra a ausência de eterna paz.

Aprendei a tabuada
Sem complexo de doutor
Que jamais uma coisa criada
É maior que o Criador.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Obra-Prima? Eu?




Ainda falando do Wolô, esta foi nossa primeira parceria. Letra que tem confortado e tocado muitas pessoas.

Obra-prima? Eu?
Letra:Wolô
Música:Silvestre Kuhlmann

Quando olhar para si mesmo
E não vir nada mais
Do que um pássaro a esmo;
Contra mil vendavais
Debatendo-se em penas;
Tanta pena de si,
Perguntando-se apenas:
- Porque foi que eu nasci?

Quando a própria certeza
Não passar de um talvez;
Cada enzima, cada osso,
Só um fosso
De porquês...

E a mais pura beleza
For igual aos balões;
Cada pelo, cada nervo
Um acervo
De ilusões;

Saiba, nem um cabelo
Cairá se não for
Sob o vivo desvelo
De um Deus Criador.

Seu mais lindo poema
Se reflete em você.
- Filho, venha, não tema;
Eu Sou o seu porquê.

Você é um manifesto
Da verdade vital.
Cada nervo, cada pelo
Um modelo
Original.

Você mesmo é um gesto
Desmassificador;
Cada osso, cada enzima
Obra-prima
Do Senhor.