terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Jó (Silvestre Kuhlmann)

Havia um homem que se chamava Jó
Ele morava na terra de Uz,
Ele tinha galinha carijó, curió,
Ouro em pó, tudo o que reluz.

Ele era rico, tinha camelos,
Tinha três filhas e sete filhos belos,
Mas o mais importante: era bom e justo!
Só fazia o certo, não media o custo.

Um dia o “coisa ruim”, apresentou-se a Deus
Que lhe perguntou: Onde você andava?
E ele disse: pela Terra perambulava...
E Deus falou: Você viu Jó? O melhor dos servos meus?

E o “coisa ruim” lhe respondeu:
Ele te ama por interesse
Riqueza e gado e bens lhe deu
Você lhe responde toda prece...

E o “coisa ruim” pediu permissão
Pra provar que Jó não lhe amava não
E Deus lhe autorizou a tirar o que Jó tinha
E o “coisa ruim” pensou: Ele vai sair da linha.
Vou pegar Jó, sem dó, deixarei ele só.

E veio um mensageiro dizendo:
Homens maus e folgados
Mataram o gado e os empregados
E veio outro e disse: Caiu fogo do céu
Ovelhas foram pro beleléu
Veio mais um outro e contou:
Um bando os camelos levou
Veio mais um mensageiro ainda:
E disse: um vento derrubou a casa linda
E os filhos estavam dentro dela...

Jó rasgou a roupa bela
Rapou a cabeça, e prostrou-se no chão
E a Deus elevou esta canção:
Nasci sem nada / Morrerei sem nada,
O Senhor bens me entregou / E os bens levou

Ouve meu grito: Sejas bendito!