sábado, 24 de dezembro de 2011

Jesus

Não conheci o meu avô paterno, que faleceu antes do meu nascimento.Um dia, interessado em conhecer um pouco de sua história, perguntei à minha avó como ele era e o que fazia, entre outras coisas.Ela me disse que ele, botânico, todos os dias a acordava pela manhã, levando o café na cama, dizendo assim: "Vem, meu colibri, estou tão sozinho, vem me fazer companhia”. No outro dia ele usava o nome de uma flor: “Vem, meu girassol...".Todos os dias, nomes de flores e de passarinhos diferentes. Ele não era poeta mas comparava a beleza da minha avó com o colorido das flores, seus aromas, a leveza das aves, sua liberdade. Isso é bendizer.

“Jesus” é minha canção mais simples. Reuni alguns epítetos, cognomes de Jesus. Bendito seja Ele!

Cordeiro de Deus,

Estrela da manhã,

O Bom Pastor,

Lírio dos vales,

Verbo de Deus.

És o Rei dos reis,

O Alfa e o Ômega,

Senhor dos senhores,

És o Amado meu.

Raiz de Davi,

O Santo de Israel,

És o meu Redentor

E és o Justo Juiz.

És o grande Eu Sou,

O Caminho e a Videira verdadeira,

És o Mestre,

Luz do mundo e a Vida.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Convivas

(Letra baseada no texto de Lucas 14:15-24)

Tela de Vincent de Paul

Convivas
(letra: Silvestre Kuhlmann)

Certo rei preparou uma festa

E seu servo, por mar e floresta,

Foi levar o convite aos amigos

O jantar fora bem preparado,

Tinha tanto novilho cevado,

Tinha pão e tinha vinho

Um a um deram-lhe negativas

E frustrou-se em tantas tentativas;

Disse ao rei: Faltam-lhe os convivas.

E o rei viu uma alternativa:

Enviou-lhe, por ruas e becos,

A chamar pobres e aleijados

Cegos, coxos foram convidados

E em meio a brados e vivas

Maltrapilhos sentaram-se à mesa

E eu sou um destes esfarrapados,

Andrajosos, imundos, culpados

Que se encheu de Alegria

Porque muitos foram chamados

Mas poucos foram selecionados

Não por mérito, mas por Graça

E hoje canto seu Nome na Praça

E não temo morte ou ameaça

Sou do Rei, isso me basta!

domingo, 18 de setembro de 2011

Senhor, Se Em Meu Caminho


No capítulo " Algumas Idéias Sobre Livros e Literatura", A.W.Tozer comenta sobre o fato de sermos esmagados pelo peso do material impresso, e sobre a escolha do que ler: "Depois da Bíblia, o livro mais valioso para o cristão é o hinário. O jovem cristão que passar um ano meditando com espírito de oração sobre os hinos de Watts e Wesley já terá possibilidade de tornar-se um excelente teólogo. Depois disso, deve alimentar-se com uma dieta equilibrada dos cristãos puritanos místicos. Os resultados serão muito melhores do que poderia ter sonhado”.
Hoje me deparei com este hino precioso, de Manoel da Silveira Porto Filho:

Senhor, se em meu caminho
um dia eu me queixar
ao ver somente espinho
na estrada repontar,
Teus pés ensanguentados
mostrar-me vem, Jesus,
feridos, traspassados
em meu lugar na cruz.

Se em dias nevoentos
de provações e dor
ouvires meus lamentos
subindo a Ti, Senhor,
os prantos alivia,
mas vem lembrar a mim
Tu mesmo em agonia,
sozinho, no jardim.

Se os fardos me pesarem
e vires, ó Jesus,
meus ombros se vergarem,
cansados, sob a cruz,
oh, vem, pois, recordar-me
que em Jerusalém
sofreste, carregando
pesada cruz também!

Que a cruz iluminada
em que mostraste amor
conserve levantada
a minha fé, Senhor.
Que além de todo o pranto,
meus olhos possam ver
a Ti, Cordeiro Santo,
razão do meu viver. Amém.

domingo, 4 de setembro de 2011

Todo Dia Cedo o Dia Todo


Esta canção foi feita em parceria com Wolodymir Boruszewski (o Wolô), compositor de "Algo Mais"(antes mesmo que eu fosse alguém/ Tu me amaste e me disseste: vem...),uma marcha,que foi gravada em um Lp dos Vencedores Por Cristo na época em que só se faziam gravações de canções americanas traduzidas. Wolô é autor de alguns dos versos mais perfeitos da música cristã (foi meu ego que os pregos cravou/ mas Teu cravo este escravo livrou/ E Hoje lembro da dor/ Que Teu corpo sofreu/ Para um membro do corpo ser eu). "Todo o Dia Cedo" está gravada no cd "Nome Bendito", que deve vir ainda este ano.

Todo Dia Cedo o Dia Todo
Letra: Wolô
Música: Silvestre Kuhlmann

Todo dia cedo
Quando do renovo
Das misericórdias
Do Ancião de Dias

Antes que as discórdias
Toldem os olhares
Que as bijuterias
Substituam jóias

Antes que as tramóias
Saltem das manchetes
Que marionetes
Tomem os lugares
De guardiões do povo

Antes que o anseio
Se transforme em medo
Antes que o receio
Se torne em pavor

Todo dia cedo
O dia todo cedo
Para o meu Senhor.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ele é Terror e Assombro



Ele é Terror e Assombro
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Ele é terror e assombro.
E é quem oferece o seu ombro
A quem está cansado.

Ele é o Rei majestoso
Senhor vitorioso
Que ama o fracassado.

Convida pecadores a sua mesa
E mostra-lhes sua Beleza.
Chama os maltrapilhos: meus filhos!

Bendito seja o Senhor.
A Ele a honra e o louvor
Que o Senhor seja louvado!

Que o Senhor seja louvado!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Meu Fardo


“Ser é perceber”. (Owen Barfield).
Perceber é tarefa do poeta e do compositor; é uma bênção e um fardo. Percebo intensamente o belo juntamente com o feio, a justiça e a injustiça, o prazer e a dor. Que o poema e a canção sejam minha forma de exalar um bom perfume, mesmo quando sou cortado. "Sê como a árvore do sândalo, que perfuma até o machado que a corta".(Tagore)

Meu Fardo
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Marcus Américo

Eu fui abençoado com um fardo:
Filtrar a vida e sentir profundo,
Sorver o feio e o belo deste mundo...
Percebo tudo, e por dentro, ardo.

A passar de alegre a triste, não tardo;
Transformo o meu semblante num segundo,
Mas, ao ser esmagado, sou fecundo;
Assim rescende mais todo o meu nardo.

Traduzo o sentimento em palavras,
E este é um serviço solitário:
Encontrar ouro em meio a tantas lavras.

Desta maneira ocupo as minhas horas,
E em todo tempo sinto-me tão vário,
Na busca das metáforas sonoras.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Composição


Composição
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Gladir Cabral

Quando estou triste, leio
Nas letras encontro recreio
Despeço-me do mundo feio
A literatura é um meio
De ver meu dilema

Quando estou triste, rimo,
Faço das rimas, arrimo,
Tiro, das pedras, o limo,
Dou-me um presente, um mimo:
Um novo poema.

Quando estou triste, canto,
Achego-me Àquele que é Santo;
E em êxtase, cheio de encanto,
Saio do chão, me levanto.
Esqueço o problema.

domingo, 1 de maio de 2011

Carpinteiro


É corrente no Brasil e em Portugal ouvir-se estes provérbios: "Pau que nasce torto, até a cinza é torta", "Pau que nasce torto, morre torto", "Pau que nasce torto, nunca se endireita". Mas Jesus cresceu vendo José exercer o ofício de carpinteiro, e dá forma ao que deformado nasceu, pra ficar transformado.

Carpinteiro
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Marcus Américo

Todos têm a mania de dizer:
“Quem endireitaria
O pau que nasce torto,
Em meio à ramaria?
Melhor se fora um aborto
Lidar com este
É perda de energia”

Mas filho de carpinteiro sou
De José e de Maria;
Tomo a plaina, a serra e corto
Cedo aprendi a artesania
Pego a lima, a régua , o torno;
O que é feio, em belo torno.

Sou Jesus, filho do carpinteiro,
Encho a alma e o corpo inteiro
Dou forma ao que deformado
Nasceu, pra ficar transformado

Quem entrar na carpintaria
Vai dizer: “Quem diria!
Com talhadeira e martelo
Do rude fizeste o belo!”

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Graça


Está chegando a Páscoa. Tempo de lembrar que Jesus se dispôs a carregar uma cruz que não era dEle. Era minha. Maravilhosa Graça! Graça que não é barata! A mim, não me custou nada, mas e a Ele? (tela de Caravaggio-Beijo de Judas).

Graça
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

A Tua Graça na cruz manifesta,
A Tua Graça é banquete, é festa.
Sem Tua graça esta vida passa
Tão sem graça...

Por Tua Graça fui favorecido
Sem fazer nada pra ter merecido;
Fui alcançado por Teu forte braço
Que,lá na cruz, se abriu num abraço.

A Tua Graça não me custou nada...
A Ti custou levar cruz tão pesada;
A Tua Graça é vida, é tudo,
A Tua Graça é colo e escudo.

A Tua Graça
Dá graça à Vida;
A Tua Graça
De graça recebida.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Lançamento do cd "Leve é a Pena"



Dia 16 de abril, às 20:00h, Silvestre Kuhlmann lançará seu 8º cd,"Leve é a Pena" na Comunidade de Jesus em São Paulo (Rua Edison, 387- Campo Belo), com Silvestre Kuhlmann no violão, viola e voz, Alexandre Viriato no baixo, Gilson Oliveira na percussão e Daniel Cavalcanti na flauta transversal).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Coração Sem Medo

“Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa ou pessoa e seu coração provavelmente será partido. Se você deseja mantê-lo intacto, não dê o seu coração a ninguém. Evite qualquer envolvimento, mantenha-o trancado com segurança no caixão do seu egoísmo. Nesse esquife – seguro, escuro, imóvel e sem ar – ele passará a ser inquebrável, impenetrável, irrecuperável… O único lugar onde você pode estar perfeitamente seguro dos perigos do amor é no inferno.” C.S.Lewis -
Melhor seguir o conselho de João:
"O perfeito amor lança fora o medo"-I Jo 4:18


Coração Sem Medo
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Vem, meu coração, aprenda:
Se chegar o amor, se renda;
Mesmo que lhe cause uma fenda,
Uma ferida profunda,
Uma dor que não finda,
Um furo que não se emenda.

Vai, meu coração, se entregue.
Com olhos cheios d’água, regue;
Mesmo que o sol te cegue,
E que o outro só negue,
E o bem com mal se pague,
E teu vigor se apague.

Vai, meu coração, propague
O amor por toda estrada e senda;
Deve apaziguar a contenda
E habitar em tua tenda,
O amor não pode estar à venda.
Nem se trocar por fazenda.

O amor é todo Graça.
O amor envolve, abraça,
E não há medo ou ameaça
Que o vença ou o desfaça.
E assim, se dando, se enlaça
Àquele que ama e não passa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quem é o Meu Próximo?

Canção inspirada na parábola do bom samaritano(Lucas 10:25-37). Há muito ouvi uma pregação do Ariovaldo Ramos sobre este texto, e ele concluiu com a seguinte frase: "Meu próximo é aquele de quem eu me aproximo." (Tela de Delacroix)

Quem é o Meu Próximo?
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Felipe Silveira

Olha o homem no chão,
Roubado, meio morto
Quem terá compaixão,
Será amparo e porto?

Lá vem o sacerdote
Pelo mesmo caminho,
É certo que devote
Cuidados e carinho.

Mas ele passa ao largo
Prossegue para igreja
E lá cumpre seu cargo
E diz: “Louvado seja!”

Olha o homem no chão,
Roubado, meio morto
Quem terá compaixão,
Será amparo e porto?

Decerto o levita
Que desce e o vê também
Mas prossegue e o evita
Nem o fita. “Amém!”

Mas o samaritano
Que vinha de viagem
Tido por desumano
Levou-o à estalagem

Não pensa em perda e dano
E dá do seu dinheiro
E resume seu plano:
“O custo pago inteiro”

E ensina: “O meu próximo
Quem é? É todo aquele
De quem me aproximo.”
Pois o amor lhe impele.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Um Grão

Canção baseada na agonia de Jesus no Getsêmani, relatada em Mateus 26:36-46. Lucas, que era médico, acrescenta que "Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão". (Primeira letra que escrevi em 2011, primeira parceria com Felipe Silveira, Tela de Andrea Mantegna).

Um Grão
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Felipe Silveira

Ouve, Ó Pai, este lamento meu
Dor em meu peito trago
Estou só, meu povo adormeceu
Negaram-me um afago

Deste vinho não quero beber
O cálice de horror
Que esta hora Tu venhas deter
Este sofrer, este amargor.

Sabes que só busco o querer Teu
O que é do Teu agrado
Seja feito aqui como é no céu
Teu desejar sagrado

Meu suor é sangue
É agonia rumo ao chão
Um grão
Sou grão!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Calmaria


Mais um ano começa, e preciso me lembrar do ensino que traz a leitura de Marcos 4:35-41. Silvia Mendonça me abriu os olhos: a narrativa começa com Jesus dizendo que passariam para o outro lado do mar. E se Ele disse que vamos atravessar e Ele está conosco, nós vamos! (Tela de Delacroix).

Calmaria
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Um barco na tormenta,
Um grande temporal,
Não lhe atormenta.
O que lhe pode fazer mal?
Descansa!

Os seus dizem: Atenta!
Achas isso normal?
A ventania aumenta;
Não temes a morte, fatal,
Que avança?

Seu despertar alenta:
Repreende o vendaval,
O mar, ele acalenta
Com autoridade tal.
Bonança!

O Mestre se lamenta:
“Não tendes fé vital?
A timidez violenta
Faz esquecer leal
Aliança.”

Neles temor se assenta
Pois não há nada igual
A quem tudo apascenta
E a profundeza, abissal,
Amansa.