terça-feira, 25 de maio de 2010

Soneto 1

Este é meu 1º soneto. Escrevo, com ironia, sobre o poeta de palavras que é "um tranqueira" como ser humano, mas lava as mãos pois, afinal, tem a desculpa: "mas versos lindos faço feito Olavo".

Se tu pensas que sou sempre bom moço
E que minhas palavras são poesia,
Minha fala indigesta dá azia,
Sou pior do que carne de pescoço.

E se passa um pouco a hora do almoço
Eu reclamo demais, em demasia;
E se a alcatra não estiver macia
E mais dura de roer do que um osso,

Tu verás o que é ser um cara chato,
Um angu de caroço, um bicho bravo,
Que não vale a comida do seu prato.

Mas versos lindos faço feito Olavo!
Se na vida eu sou sempre ingrato,
Qual Pilatos, as minhas mãos eu lavo...

Um comentário:

  1. Queria poder dizer que não conheço alguém assim, mas, infelizmente (ou felizmente, não sei), a gente vê algumas máscaras caindo e a poesia, que antes era admirada e motivo de deleite, torna-se apenas um lembrete do grande oco que existe no "poeta".

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