segunda-feira, 21 de junho de 2010

Soneto do Luto

Este soneto foi feito em memória do pequeno Matheus, filho do pr. Getúlio e Rubenita, que faleceu aos três aninhos e meio. No velório, eu só conseguia abraçar a mãe, e nenhuma palavra de consolo me vinha à boca. O soneto tentou expressar o conforto e a segurança da ressurreição.

Soneto do Luto
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann

Que eu possa transmitir em um abraço
O que falho em dizer em prosa e verso;
Em confusão e pranto estou imerso,
A morte no discurso atou um laço.

Que o choro me socorra do fracasso
E as lágrimas expressem o que sinto;
No corpo está a prova, eu não minto:
Opaco está o olhar e o brilho escasso.

Chorar com os que choram Cristo manda
E Ele fez-se humano e aqui desceu;
Por isto faço minha esta demanda.

Lembrando sempre que Ele padeceu
Mas ressurgiu e disse ao morto: “Anda!”
E anda ao lado d’Ele lá no céu.

7 comentários:

  1. Q lindo Silvestre. Me emocionou. Perdi um tio e meu avô nos últimos meses, e sei que hoje eles estão ressucitados com Cristo, andando com ele no céu! =_)

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  2. Olá, Raquel. Postei, no comecinho do blog, um poema do Wolô, feito após o falecimento prematuro do Rodrigo, que frequentava a mesma comunidade cristã que a gente. Interessante ver como a linguagem é diferente, mas afirma a mesma coisa: Não dá pra negar a dor que sentimos, mas a esperança da ressurreição traz verdadeiro consolo.

    Um poema de Até breve...(A Rodrigo Monteiro de Oliveira)

    Querido Rodrigo
    Que me chamava de amigo
    Que me chamava de irmão

    Não sei bem o que digo
    Nem sei se consigo
    Dizer algo bom

    É que assim tão triste
    Ao saber que partiste
    Fiquei sem noção

    E as nossas risadas
    Benditas, bem dadas
    Estão fora do tom

    E a dor que choramos
    E assim suspiramos
    Não tem solução

    Mas se a trágica foice
    Ousar dizer: - Foi-se
    Diremos que não!

    Nós todos amigo
    Diremos Rodrigo!
    Ressurreição!!!

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  3. Muito bonito o soneto. E o assunto é importante, já que a morte faz parte da vida. Legal mesmo.
    E já que o assunto é luto (e esperança e consolo), peço licença de colocar mais duas letras nos comentários, uma bem antiga, outra mais recente. Já chorei muito com ambas.

    Abraço.

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    In Memorian
    (do Paulo César pro Jairinho)

    É... já não mais poderemos ficar juntos,
    E orar e pedir ao Senhor que nos ponha no peito mais uma canção,
    Uma canção

    É... já não mais cantaremos até em Cristo,
    Revelar-se entre nuvens a nos ajuntar,
    Conclamanso os irmãos que de todo lugar
    Depressa vem...

    Sinceramente eu tenho saudades,
    Dos dias que o Pai nos ofertou,
    Nos quais andamos juntos lado a lado,
    Lutando a mesma guerra do Senhor

    Amigo que se foi, eu hoje sonho,
    Mas sei que esta noite vai passar,
    Pra sempre, sempre ser um dia lindo,
    Que nunca poderá nos separar...

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    No fechar dos olhos
    Arlindo Lima

    Quando o sol se põe sereno demoro a apreciar a cor
    Se num eclipse foge o dia, choro por falta de calor
    Do teu abraço amigo, do auxílio a prosseguir
    E hoje aqui com sombra e frio, eu vim me despedir

    Tuas palavras e teus gestos regeram vidas a cantar
    Tua correção por certo, mostrou a trilha pra voltar
    E apesar do tempo nada vai se apagar
    Pois no fechar dos nossos olhos, tudo posso relembrar

    E na presença do Senhor
    Nos despedimos, mas com o penhor
    De na presença do Senhor
    Nos encontrarmos em ruas de ouro
    Sem mais dor

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  4. Olá, Tuco. Obrigado pelo comentário e por contribuir com versos sobre o tema. Paulo César, Jairinho e Arlindo Lima: Três referências pra mim.
    Grande abraço.

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  5. Olá Silvester, estou maravilhada com seus versos,são de uma beleza impar! Peço a Deus que continue a te inspirar para o meu deleite...

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  6. Belíssimos!!
    Obga de alento em forma de versos!!

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  7. Morte do Poeta

    Ao fechar meus olhos p’ra sempre,
    E estas mãos para sempre parar;
    E este corpo na terra em seu ventre,
    Quais lembranças de mim vão restar?

    Esta vida foi feita com lutas extremas,
    Mas com um luto ela vai se encerrar.
    Não terei mais os doces poemas,
    P’ra minh’alma no além se alegrar...

    Tive o amor benfazejo e as delícias,
    Mas também meus invernos polares!
    Inimigos d’alma e as doces carícias,
    D’outros anjos, do céu, d’além mares...

    Restará talvez breve lembrança,
    Nesta Ode que a alma alcançar...
    Talvez seja um alento ou bonança,
    Para a alma em que ela tocar...

    Só queria uma pedra epitáfio,
    Com os versos de amor exaltar!
    Deixo, porém para o tempo,
    O dia e a hora chegar!

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