terça-feira, 20 de abril de 2010

Ritmo na poesia (redondilhas)


Cecília Meireles no poema “Discurso”: "...Um poeta é sempre irmão do vento e da água: Deixa seu ritmo por onde passa". Há um tempo percebi que boa parte dos poemas que admirava tinha como característica o ritmo. Aqui, ressalto alguns belos versos em redondilhas maiores (sete sílabas contadas da primeira até à última tônica).


"Navio Negreiro", de Castro Alves: "Senhor Deus dos desgraçados!/Dizei-me vós, Senhor Deus!/Se é loucura... se é verdade/Tanto horror perante os céus?!/Ó mar, por que não apagas/Co'a esponja de tuas vagas/De teu manto este borrão?.../Astros! noites! tempestades!/Rolai das imensidades!/Varrei os mares, tufão!" .

"Canção do Expedicionário", de Guilherme de Almeida: "...Você sabe de onde eu venho?/É de uma Pátria que eu tenho/No bojo do meu violão;/Que de viver em meu peito/Foi até tomando jeito/De um enorme coração./Deixei lá atrás meu terreno,/Meu limão, meu limoeiro,/Meu pé de jacarandá,/Minha casa pequenina/Lá no alto da colina,/Onde canta o sabiá./Por mais terras que eu percorra,/Não permita Deus que eu morra/Sem que volte para lá;/Sem que leve por divisa/Esse "V" que simboliza/A vitória que virá:/Nossa vitória final,/Que é a mira do meu fuzil,/A ração do meu bornal,/A água do meu cantil,/As asas do meu ideal,/A glória do meu Brasil."

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