sábado, 28 de setembro de 2013
Balaão e a Jumenta (Silvestre Kuhlmann)
O povo de Israel / Com ajuda do céu / Crescia e ganhava / As lutas em que entrava //Balaque era um rei /Muito “de araque” / Tinha medo de um ataque / Até de balas tic-tac // Pediu a Balaão /Que lançasse a maldição /Pra que ganhasse a guerra /E os expulsasse da terra //Balaão falou:/Ouvi sua proposta/Mas só vou fazer/O que de Deus tiver resposta//E o que de Deus foi dito?/“Este povo é bendito”/Com Balaque não irás/E nem mal dirás”//Mas Balaque insistiu/Ele não desistiu/E os prêmios aumentou/Balaão novamente falou:/Gostei de sua proposta/Vou buscar de Deus resposta/E Deus disse:” Vai /Mas fale só o que de minha boca sai”//Balaão bem cedinho/Se pôs pelo caminho/Tomou sua jumenta/E disse: Vamos, fedorenta!//Mas Deus mandou um anjo/Um baita de um marmanjo/Com espada na mão/E a jumenta fugiu feito rojão//
Então Balaão que não via o anjo não/Bateu na jumenta com seu bordão/E o anjo novamente se pôs à frente/E a jumenta viu um lugar somente/A parede. E espremeu o pé de seu patrão/Que a espancou de novo com seu bordão//E o anjo ficou num lugar estreito/E a jumenta não vendo mais nem um jeito/Deitou-se debaixo de Balaão/Que pela terceira vez usou seu bordão//E a jumenta não agüenta/Abre a boca e se lamenta:/Há quanto tempo em mim se assenta?/Outra vez já fui tormenta?
/E Balão seu patrão/Respondeu a ela: Não!/Não é o seu costume/Seu problema é só o estrume.//E o anjo do Senhor lhe abriu a vista/Balaão viu a espada e abaixou a crista/E o anjo disse: se a jumenta não fugisse de mim/Certamente hoje seria o seu fim/Balaão pediu perdão/E mudou seu coração/E o anjo deu-lhe permissão/A prosseguir e dizer bênção e não maldição.
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