Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Eu procuro uma canção dentro de mim,
Mas nada vem. Estou mudo.
Este silêncio é cortante, pontudo;
Dele nascerá um jardim.
Desta semente silenciosa
Brotarão botões de rosa
Pousarão mil borboletas
Pretas, azuis, violetas.
Neste canteiro,
Um girassol;
Ervas de cheiro,
Um pôr de sol.
O mundo inteiro
Pára pra ouvir o rouxinol
Cantar certeiro
Em sustenido e bemol.
sábado, 27 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Semente
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Quero voar, não tenho asas;
Poesia, asa ritmada,
Vem e me acode, sacode o pó,
Me tira do chão!
Poesia, embrião,
Sou da terra, me devolve ao chão!
Me enraíza ao solo e o sol quero ver
Tão constante enquanto mudo,
Mudo.
E ao mudar a estação,
E ao chegar o outono,
Ao caírem as folhas,
Lembrarei que fui sombra, flores, frutos...
E um dia, serei lenha,
Boa madeira,
Talvez um teto,
Uma farta mesa,
Um violão,
Ou terminar como húmus
Chão da nação que amo.
Quero voar, não tenho asas;
Poesia, asa ritmada,
Vem e me acode, sacode o pó,
Me tira do chão!
Poesia, embrião,
Sou da terra, me devolve ao chão!
Me enraíza ao solo e o sol quero ver
Tão constante enquanto mudo,
Mudo.
E ao mudar a estação,
E ao chegar o outono,
Ao caírem as folhas,
Lembrarei que fui sombra, flores, frutos...
E um dia, serei lenha,
Boa madeira,
Talvez um teto,
Uma farta mesa,
Um violão,
Ou terminar como húmus
Chão da nação que amo.
sábado, 20 de março de 2010
Trabalha, Poeta
quinta-feira, 18 de março de 2010
segunda-feira, 15 de março de 2010
quinta-feira, 11 de março de 2010
Teus Olhos
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Teus olhos são luzentes
Que fazem corar, chorar.
Nunca vi tal brilho antes,
Verdes, gêmeos, gemas preciosas.
Teus olhos, diamantes,
Tem por amantes meus dois olhos.
São dia-amantes, à tarde, amantes,
À noite, amantes, namorados.
Teus olhos, esmeraldas,
Ferozes, me ferem como lanças;
Se me lançares um olhar,
Este olhar guardarei na lembrança.
Que corais e coros cantem:
Coruscantes são teus olhos!
Que poetas escrevam poemas,
Poesias que te encantem.
Teus olhos são luzentes
Que fazem corar, chorar.
Nunca vi tal brilho antes,
Verdes, gêmeos, gemas preciosas.
Teus olhos, diamantes,
Tem por amantes meus dois olhos.
São dia-amantes, à tarde, amantes,
À noite, amantes, namorados.
Teus olhos, esmeraldas,
Ferozes, me ferem como lanças;
Se me lançares um olhar,
Este olhar guardarei na lembrança.
Que corais e coros cantem:
Coruscantes são teus olhos!
Que poetas escrevam poemas,
Poesias que te encantem.
sexta-feira, 5 de março de 2010
Leve é a Pena
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Vem, passarinho;
Vem pro meu colo e se aninha.
Em meu coração, faz seu ninho;
Voa livre, vai e volta.
Esse mar é tão revolto...
Passarinho solto prepara seu pouso
E ao ver o seu vulto
A alegria me toma de assalto.
Você é passarinho,
Eu sou poeta.
Vai, voa ligeiro, alcança sua meta,
Mas nunca se esqueça:
Sou sua metade.
Sua pena voa,
A minha escreve.
Torna eterno
O que é terno e breve;
O momento,
A emoção que invade o peito
E quando me pega de jeito,
Me leva leve.
Como leve é a pena!
Vem, passarinho;
Vem pro meu colo e se aninha.
Em meu coração, faz seu ninho;
Voa livre, vai e volta.
Esse mar é tão revolto...
Passarinho solto prepara seu pouso
E ao ver o seu vulto
A alegria me toma de assalto.
Você é passarinho,
Eu sou poeta.
Vai, voa ligeiro, alcança sua meta,
Mas nunca se esqueça:
Sou sua metade.
Sua pena voa,
A minha escreve.
Torna eterno
O que é terno e breve;
O momento,
A emoção que invade o peito
E quando me pega de jeito,
Me leva leve.
Como leve é a pena!
terça-feira, 2 de março de 2010
"Nova Fase"
Em 1996 me formei bacharel em violão erudito, e em 2000 gravei meu primeiro cd de canções. Como a canção é feita de letra e música, tenho me devotado, há algum tempo, à leitura. Sentia que minhas letras estavam aquém. Como disse Carlos Drummond de Andrade : “Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos.” Nesta caminhada prazerosa, descobri muita coisa boa. Estas descobertas, quero dividir com quem lê este blog. Considero “Leve é a Pena”, “Teus Olhos”, “Trabalha, Poeta” (gravada no cd “Dedo de Prosa”, em 2007) e “Semente”, escritas em 2004, o início de uma “nova fase”. Parte desta fase será encontrada no cd “Leve é a Pena”.
Assinar:
Postagens (Atom)