sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Dependência
Dependência
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Quando me abate o cansaço,
Corro para o Teu abraço.
Assim me refaço da fadiga do dia,
Repouso encontro,calmaria.
Quando me sinto exultante
Te reconheço, pois sei
Que a todo instante Tu vais adiante,
Preparas o chão onde piso.
E quando for derrotado,
Não ficarei abalado;
Fazes-me ver a vitória final
E quando vier a Ti será a glória.
Seja qual for o momento,
Meu sentimento
Seja cativo a Ti.
(Declarando dependência,
Recorrendo na fraqueza,
Dedicando a vitória
Ao que é digno de glória).
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Criatividade
Criatividade
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Deus é o regente de todos os sons,
O troar, ribombar,
os tons e semitons,
O murmúrio dos rios,
farfalhar das folhas,
O pio do uirapuru.
Ele é o artífice de toda a forma,
Juba do leão, penacho do pica-pau,
Tromba do elefante, pescoço da girafa,
Variado é o mundo animal.
Ele coreografou movimentos,
A cabriolagem, o golfinho rotator
O urubu observando em círculos
A paradinha do beija-flor.
É pintor do azul celeste,
Amarelo-canário e do branco algodão
Alquimista do cravo e canela,
Do alecrim e do manjericão.
Temperou o mar com o sal,
Fez o doce do mel, fez azedo o limão,
Esculpiu chapadões, cordilheiras,
E um dia, pra Ele, as bandeiras tremularão.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Coração ao Vento
Coração ao Vento
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Silvestre Kuhlmann e Stênio Marcius
Não quero só saber acerca d’Ele,
Mas sim, quero dizer que Cristo é meu;
Não quero uma inútil sabedoria
Que incha e é só razão sem coração.
Não quero o ativismo ou obra morta
Que gira em torno de si e é sempre vão,
Mas quero, sim, provar do Pão da Vida
E da Graça partilhar com meus irmãos.
Eu não quero confiar em minhas forças,
Pois sei que sou falido pecador;
Mas seguir o vento,
O alento do Consolador.
Beber da Água da Vida e saciar-me,
Sentir o Teu perfume, Rosa de Sarom,
Contemplar o Teu luzir, estrela matutina,
Ser guiado calmamente por Ti, Bom Pastor
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Conto Breve
Baseado no Salmo 90:9-17
"... acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro..."
Conto Breve
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Como conto que se conta brevemente,
Como sombra que se vai ligeiramente,
Como sopro que se abranda e logo cessa,
Como relva que floresce e cedo seca;
Assim passa a vida da gente.
Como nuvem que se desfaz e passa,
Como brasa que fumega e se apaga,
Como caminho curto, curta estrada
Que nem bem começa e se cruza a chegada,
Nossa vida passa de repente.
Que o caminho seja o mais belo,
Que a relva seja a mais verde,
Que o conto semeie eternidade,
Que a brasa ilumine, que a nuvem deságüe;
Que o poeta faça valer a pena,
Que a alma não seja pequena.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Confissões
Confissões
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
(Baseado nas “Confissões” de Agostinho)
Tu nos fizeste para Ti mesmo
E não encontraremos descanso
Enquanto
Não descansarmos em Ti.
A minha alma é estreita morada;
Vem alargá-la para que a habites
E me inebries
A ponto de esquecer-me de mim.
És meu amado e único bem
E não há maior castigo ao pecado,
Não há maior desventura
Que ficar distante de Ti.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Choro de Deus
Me impressiono com um Deus que é suficiente em Si mesmo, mas deseja compartilhar Sua glória com pecadores. Me impressiono com um Deus forte, mas que se comove, chegando às lágrimas. E me impressiono com a dureza de meu coração, apegado a refugos, desprezando tantos tesouros vindos dEle.
Choro de Deus
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Sou mar tão profundo e por mais que mergulhes
Os mistérios não cessam por todos os lados;
A cada braçada se vê tanta vida
Por Mim envolvida e que em Mim subsiste.
Sou tão grande tesouro e por mais fundo caves
Não se esgotarão as riquezas que trago
Em meu ser escondidas, gigantes jazidas,
Reservas imensas, insondáveis.
Te contentas com superfície,
Com ouro de tolo, o refugo e o raso;
Com pedras nas mãos não podes cavar,
Com os pés na areia não podes mergulhar.
Sou céu infinito e por mais que te aventures
Não há eternidade capaz de decifrar-me;
Vem, pois, desfrutar-me,não percas mais tempo,
Lança fora o refugo, tira os pés do chão.
Cedo venho,
Apressa o Reino;
Paga o preço,
Rende-te, sou teu Deus.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Belém do Pará
Fui duas vezes a Belém do Pará (em 2006 e 2007). Na última vez, encerrei o workshop de composição com essa canção, feita com tantas metáforas que celebram a grandeza de lá, que é apenas uma figura da grandeza de Deus.
Belém do Pará
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Bela é Belém da Judéia,
Bela é Belém do Pará;
Mais bela é a cidade
Em que eu irei com Cristo morar.
Dura é a madeira de lei,
Pau ferro, mogno, cedro;
Mais duro foi o lenho
Que Cristo teve que suportar.
Precioso é o metal
Da serra dos Carajás;
Mais preciosa é a coroa
Que aos pés do Rei vou depositar.
Certa é a chuva que vem
De tardezinha desaguar;
Mais certo estou que Cristo
Vem sua amada Igreja buscar.
Saboroso é o cupuaçu,
O taperebá, o açaí;
Mais doces são os frutos
Que a Videira vai gerar em mim.
É tão longo e profundo,
É largo este rio-mar;
O amor de Deus é alto,
Longo, largo e profundo,
É maior que o mundo.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Adoração
Esta é talvez a canção preferida de minha amiga Cyl, de Apucarana-PR. Creio que ela a aprecia porque se sente como eu. Indigno diante da dignidade de Deus.
Adoração
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Nós, indignos, declaramos Tua dignidade;
Nós,pecadores, adoramos Tua santidade.
Nós, teus filhos, nos alegramos por Tua paternidade;
Nós, carentes, agarramos o Deus da nossa necessidade.
Nós, unidos por Teu sangue, somos Igreja, comunidade;
Outrora rebeldes, nos sujeitamos à Tua autoridade.
Nós queremos nos dar por inteiro, não pela metade;
Nós clamamos Tua presença hoje e por toda a eternidade.
Maranata, ora vem, nós Te aguardamos;
Maranata, ora vem, enquanto Te adoramos.
Ver-Te, tocar-Te, ouvir-Te, provar-Te,
É o que desejamos.
Cantar com arte,
Servir-Te, amar-Te,
O coração entregar-Te.
Nós, indignos.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
A Mais Bela Poesia
Creio que depois que Cristo tomou a forma humana, ele encheu de realeza os gestos humanos, porque participou deles. Ele é o Deus que se fez gente e habitou entre nós e elevou as coisas mais simples. Esta é a mais bela poesia.
A Mais Bela Poesia
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Esta é a mais bela poesia:
Ver o Rei numa estrebaria.
Esta é a mais bela poesia:
O Deus onipotente
Dependente do colo de Maria;
Esta é a mais bela poesia!
Aquele que forjou o universo
Trabalhou numa carpintaria;
Aquele que cavalga nas asas do vento
Fez do jumentinho sua montaria
Esta é a mais bela poesia:
Ver Jesus em nosso dia-a-dia
E no meio dessa correria
Fazer com Ele parceria, melodia
E ver, no simples, a mais bela poesia
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Jorge Rehder
De fato o falecimento de Jorge Rehder me abalou. Este ano fiquei esperançoso ao vê-lo bem no "Som do Céu", em Minas Gerais, e no "Sarau da Comuna", no Rio de Janeiro. Parecia que a luta contra o câncer estava ganha, e ele estava sorridente e bem humorado. Pra mim, Rehder é o maior melodista da música cristã. Não há quem possa preencher o espaço que ele deixou. Deixo aqui, em sua homenagem, um soneto que fiz há tempos.
Soneto do Luto
Letra e Música: Silvestre Kuhlmann
Que eu possa transmitir em um abraço
O que falho em dizer em prosa e verso;
Em confusão e pranto estou imerso,
A morte no discurso atou um laço.
Que o choro me socorra do fracasso
E as lágrimas expressem o que sinto;
No corpo está a prova, eu não minto:
Opaco está o olhar e o brilho escasso.
Chorar com os que choram Cristo manda
E Ele fez-se humano e aqui desceu;
Por isto faço minha esta demanda.
Lembrando sempre que Ele padeceu
Mas ressurgiu e disse ao morto: “Anda!”
E anda ao lado d’Ele lá no céu.
sábado, 7 de novembro de 2009
Alvíssaras!
Falando em parcerias, não poderia deixar de citar Glauber Plaça. O conheci em 2001, na Igreja Metodista em Santo André, no projeto "Provocasom". O que C.S.Lewis diz sobre a amizade no livro "Os Quatro Amores" se fez verdade. Quando conheci o Glauber perguntei: Você vê a mesma verdade que eu? Pensei que estivesse sozinho! Glauber é um amigo querido, agora paizão da Lorena.
Alvíssaras!
Letra: Silvestre Kuhlmann
Música: Glauber Plaça
Eu vou tocar a trombeta e o tambor,
Erguer alto a bandeira, ser o portador
Da notícia alvissareira:
Chegou o nosso Libertador!
Calou a serpente que mente,
A voz do acusador;
Amordaçou a boca do inimigo,
Leão Rugidor.
Até mesmo a própria morte Ele domou,
Não há besta fera que Sua espada não intimidou;
Nomeou-nos cavaleiros, temos o brasão da cruz,
A vitória está prevista, o General bate em revista às tropas.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Jornada
O Anderson me acompanha desde 2002, criando as artes dos meus cds. Já são seis capas! Um dia fui a sua casa, e tinha na porta alguns escritos. Anotei as frases, e continuei a letra. Pra mim, parceria é também celebração de amizade, e eu não podia ficar sem fazer canção com o Anderson. Interessante que quase sempre os versos tem três palavras, e sonhei dividir a canção com Cintia e Silvia, cada um cantando uma palavra. Realizei este sonho, e está registrado no " A Mais Bela Poesia".
Jornada
Letra:Silvestre Kuhlmann e Anderson de Goes Monteiro
Música: Silvestre Kuhlmann
Encontros, olhares, histórias,
Estradas, chegadas, registros,
Instantes, retratos, memórias
Distantes, passadas,porém nunca ausentes,
Presentes.
Trilhos, caminhos, viagens,
Espinhos, desertos, oásis,
Ensinos, bagagens e marcos
Buscando futuros passos
Sempre em Teus braços.
Criador, na jornada, aqui e ali vi a dor;
Meu Criador toda a dor alivia.
E a dor que ali via aqui não mais vejo
Em Teus braços estou.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Todas as Manhãs
Eliezer Costa de Aquino é o parceiro que conheço há mais tempo. Um dia estive em sua casa, e ele me mostrou coisas que escrevera durante o almoço, em um guardanapo. Disse a ele que tinham frases de valor lá, e pedi que me entregasse, para que eu completasse a letra. Foi a 1ª canção que fiz na viola caipira, e é, ainda hoje, uma das canções mais queridas e executadas.
TODAS AS MANHÃS
Letra:Silvestre Kuhlmann e Eliezer Costa de Aquino
Música:Silvestre Kuhlmann
Acorda cedo com a luz da alvorada,
Pega na enxada e vai depressa trabalhar;
E na estrada ouve a voz da passarada,
Da folia e da zuada que desperta o dia;
E neste ar fresco que agora ele respira
Lembra bem que tudo gira pelas mãos do Criador;
Ora em silêncio, pensa nos problemas seus,
E no silêncio pede ao Deus que desperta o dia.
Numa toada fora de moda,
Numa viola, seu desabafo,
Um louvor a Deus, o seu amigo
Que desperta o dia e com amor sacia;
Louvando a Deus puxando a enxada,
Olhando a luz da alvorada,
Ouvindo o canto da passarada,
Marcou encontro com seu bem querer.
Você do campo ou da cidade,
Seja idoso, ou na flor da idade,
Marque um encontro, não fuja da verdade,
Sem Jesus Cristo não dá pra viver;
Sem Ele o galo canta atrasado,
Passarim pia desafinado,
O colorido parece acinzentado
E o coração fica sempre amargurado.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Tenho Música Em Mim
O Preto um dia leu um poema do Ricardo Gondim, e o incentivou a me procurar para que eu musicasse o poema. Na época, eu nem tinha e-mail (duro estes bichos silvestres...). Pedi à Geruza, sua esposa, que imprimisse o poema pra mim. A parceria saiu no cd "A Mais Bela Poesia". Aí vai:
Tenho Música Em Mim
Letra: Ricardo Gondim
Música: Silvestre Kuhlmann
Tenho música em meu coração,
Sem melodia e sem palavras,
Mas que embala meu viver;
Minha música é vontade de dizer:
Que sou feliz, que sou teu, que tenho um porvir.
Tenho poesia em meu coração,
Sem rima e sem ritmo,
Mas que me faz sorrir;
Minha poesia é vontade de dizer:
Que amo, que sonho, que espero.
Tenho prosa em meu coração,
Com história e com memória,
Que me lembra da tua teimosia em me amar
E por isso canto e danço:
Porque tenho vida,
Porque em paz descanso,
Sem temer a lida.
domingo, 1 de novembro de 2009
A Risada
O bom humor vem de Deus. Não consigo imaginar um ser carrancudo criando a girafa, o elefante, entre tantas coisas. Não consigo também imaginar um pecador perdoado, salvo pela Graça, partilhar da Mesa dEle sem um sorriso nos lábios.
"A Risada" é uma parceria com José Barreto, conhecido pelos de perto por "Preto". Faz tempo que não o vejo, com sua esposa Raquel Barreto, parceira de tantas cantorias.
A Risada
Letra: José Barreto
Música: Silvestre Kuhlmann
O que é a risada?
Ato natural, tão espontâneo,
Não se programa, não se prevê,
Depois de rido não há mais o que fazer.
O que é que abre a boca e a bochecha estica,
Que mostra os dentes, chacoalha o corpo,
Encharcando os olhos de lágrimas,
Deixando a gente quase mouco,
Fazendo o corpo viver, no momento, em sua função?
É a risada!
O riso é o esperanto da alegria
No desfrutar da risada conjunta;
Resposta perfeita em qualquer situação,
Verdade absoluta e a mais firme opinião;
E uma risada descontrolada,
Daquelas de perder o fôlego,
É ato falho, todos perdoam.
Tem gente que ri até sozinha,
Acompanhada da lembrança engraçada;
Tem até quem faz graça da desgraça,
Quem tem bom humor não se afunda em cachaça,
Por isso, ria, aliviando o seu coração
Todos os dias.
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